
A Hora da Religião, de Marco Bellocchio
Com algum atraso, o tradicional post de dicas da Mostra.
Este ano a Mostra está com um grupo maior que o habitual de retrospectivas, a maior sendo a do Wajda, mas a também uma retrospectiva do Bellocchio e outra do Friedkin, além de ciclos em homenagem ao Kieslowski e Jamursch. Acho que todas elas têm seu interesse. Nas maiores eu diria que os filmes da década de 50 são os mais imperdíveis do Wajda (apesar de serem também alguns dos mais manjados). Do Bellocchio, De Punhos Fechados são incríveis apesar de que foram exibidos na Mostra em 2007 acho, mas também não deixaria escapar A Hora da Religião um dos melhores filmes do mundo e que segue pouco conhecido. A do Friedkin já é menor e inclui os 5 longas do período mais famoso dele mas daria particular atenção a O Comboio do Medo, seu remake maldito de O Salário do Medo que parece finalmente começar a ser recuperado nos últimos anos e Viver e Morrer em Los Angeles, um dos melhores filmes americanos dos anos 80. A não perder também a exibição de O Quarto Homem, um dos melhores filmes da fase holandesa do Paul Verhoeven. Não se esqueçam também da sessão de curtas do Aloysio Raulino, que além de ser um dos melhores fotógrafos foi um curta metragista documental notável. Lacriminosa e O Porto de Santos estão sem dúvidas entre os melhore filmes brasileiros de qualquer duração.
Muitos veem reclamando da seleção da Mostra e do sempre detestado ineditismo. De fato, creio que esta é a Mostra com menos filmes de medalhão que eu me lembro e com relativamente poucos filmes premiados nos três grandes festivais europeus. Por outro lado, a Mostra tem um número bem razoável de filmes menos badalados interessantes (algo no qual o Rio este ano deixou a desejar). Acho que idealmente em Festivais panorâmicos que são menos baseados num recorte curatiorial do que numa tentativa de apresentar uma visão ampla do ano, um equilíbrio nestes dois polos é fundamental e creio que 2016 termina deixando a desejar nos grandes festivais do fim de ano.
Listo os filmes novos em 3 listas separadas. A primeira é dos grandes destaques. Depois uma segunda lista de filmes de cineastas cujo trabalho me interessa bastante, depois uma última lista com filmes que também me chamam a atenção ou porque já vi outros trabalhos bons dos cineastas (mas um pouco menos do que a lista B) ou porque li elogios de pessoas que levo em conta.
As recomendações dos filmes novos seguem abaixo.

O Ignorante, de Paul Vecchiali
Beduino, de Julio Bressane
Bickels (Socialism), de Heinz Emigholz
Bons Sonhos, de Marco Bellocchio
Canção para um doloroso mistério, de Lav Diaz
Correspondências, de Rita Azevedo Gomes
Elle, de Paul Verhoeven
O Ignorante, de Paul Vecchiali
Sangue do Meu Sangue, de Marco Bellocchio
O Segredo da Câmara Escura, de Kiyoshi Kurosawa
Sexta Feira 13 e Mata Atlântica, de Nicolas Klotz e Elizabeth Perceval

Porto, de Gabe Klinger
Depois da Tempestade, de Hirozu Kor-Eda
Elon não Acredita na Morte, de Ricardo Alves Jr
The Fits, de Anna Rose Holmer
A Garota Desconhecida, de Jean Pierre e Luc Dardenne
Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg Filho
Martírio, de Vincent Carelli
Mimosas, de Olivier Laxe
Paterson, de Jim Jamursch
Porto, de Gabe Klinger
Soy Nero, de Rafi Pitts

O Futuro Perfeito, de Nele Wohalatz
76 Minutos e 15 segundos com Kiarostami, de Seifollah Samadian
Ascent, de Fiona Tan
Cameraperson, de Kirsten Johnson
Canção da Volta, de Gustavo Rosa de Moura
A Cidade do Futuro, de Claudio Marques e Marilia Hughes
O Cinema Manoel de Oliveira e Eu, de João Botelho
Cinema Novo, de Eryk Rocha
Corações Cicatrizados, de Radu Jude
Os Decentes, de Lukas Valenta Rinner
Dois Bilhetes de Loteria, de Paul Negoescu
A Dragon Arrives, de Mani Haghighi
Eldorado XXI, de Salomé Lamas
Era o Hotel Cambridge, de Eliana Caffe
Exercicios de Memória, de Paz Encina
A Familia, de Shumin Liu
O Futuro da História, de Fiona Tan
O Futuro Perfeito, de Nele Wohlatz
Hedi, de Mohamed Ben Attia
Ilegítimo, de Adrian Sitaru
Invasão Zumbi, de Yeon Sang-ho
Leste/Oeste, de Rodrigo Grota
Ma’Rosa, de Brillante Mendoza
Mañana a Esta Hora, de Lina Rodriguez
Muito Romantico, de Gustavo Jahn e Melissa Dullius
O Nascimento de uma Nação, de Nate Parker
Ogres, de Léa Fehner
Pano de Limpeza, de Ahu Öztürk
Poesia Sem Fim, de Alejandro Jodorowski
Questões Pessoais, de Maha Haj
Sem Deus, de Ralitza Petrova
Il Solengo, de Matteo Zoppis e Alessio Rigo de Righi
Tharlo, de Pema Tseden
O Último Trago, de Luiz Pretti, Ricardo Pretti e Pedro Diogenes