Travelling Light (Gina Telaroli, 2011)

TL3

É um filme simples que já se explica muito bem pelo seu título. Há dois elementos de cena que se destacam: movimento e luz. Planos raramente soam estáticos, mesmo quando a câmera se encontra em repouso a ideia de dinamismo da viagem segue sempre em primeiro plano, o trem, os passageiros, a luz, os planos de Travelling Light seguem sempre agitados.  Na outra ponta esta luz verdadeira protagonista cujas alterações ao longo da viagem de trem de Nova York a Pittsburgh acompanhamos. Observando-a no filme há algo de fúnebre que aos poucos tom conta dele, um lembrete de que o cinema esta sempre registrando uma ação que desapareceu que o que vemos é gravação é a impressão digital de uma luz que ficou lá atrás. É bem interessante considerar que Travelling Light nasceu das ruinas de um outro filme, ainda mais que este outro filme fosse uma tentativa de ficção, até como um lembrete de que o espaço que separa como respondemos ao experimental e a ficção é bem menor do que a convenção sugere (algo reforçado pela consciência que o filme revela de toda a longa história de trens no cinema). Este é o segundo filme longo de Gina Telaroli, mas o que ele me trouxe a mente foram dois filmes crepusculares de mestres em fim de carreira Age Is… do Stephen Dowskin e Educação Sentimental do Julio Bressane, o que os três tem em comum é o mesmo testemunho das fragilidades do cinema num momento vital do seu desenvolvimento.

Travelling Light segue em cartaz até domingo no site da Lumiere e recomendo muito que se separe uma hora para ele.

Deixe um comentário

Arquivado em Filmes, Programação

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s