A tradicional Filme Cultura publicada originalmente entre 66 e 88 está de volta. O lançamento é amanhã no Rio e ela deve logo estar a venda (a lista de pontos de venda esta disponível no site). Ainda não li a revista, mas a seleção de artigos é promissora e a iniciativa é ótima.
Sumário
Apresentação por Silvio Da-Rin
Editorial por Gustavo Dahl
Ficção e documentário – a era do híbrido por Carlos Alberto Mattos
Agora por nós mesmos por Carlos Diegues
5 x favela agora por nós mesmos – conversa entre os ‘caras da câmera’
O cinema do mal-estar por Francis Vogner dos Reis
Busca avançada: Mangue negro por Daniel Caetano
Atualizando: 3D ou não 3D por Marcelo Cajueiro
Curtas: Animação no documentário por Joana Nin
Cinema cearense por Daniel Caetano
Os frutos da audácia pernambucana por Luiz Joaquim
Cineastas baianos – o ofício que pode ser risco, cura, doença, religião…
Minas Gerais – da falácia ao pluralismo por Marcelo Miranda
Algumas luzes e sombras do cenário carioca por Daniel Caetano
Um laboratório paulistano por Filipe Furtado
Uma certa tendência do cinema gaúcho por Marcus Mello
E agora, José Eduardo (Belmonte)?
E agora, Carlos (Manga)?
Um filme: Falsa loura por Andrea Ormond e Inácio Araújo
Outro olhar: Cacilda! por João Carlos Rodrigues
Perfil: Plinio Sussekind Rocha por João Carlos Rodrigues
Cinemateca de textos: Paulo Emilio Salles Gomes
Lá e cá: Cânones e margens por Daniel Caetano
Livros: Oscarito, Grande Otelo e Ankito por João Carlos Rodrigues
Peneira digital por Carlos Alberto Mattos
Cinemabilia
Nada a ver com seu atual post, mas é q. fiquei na dúvida em usar o end. eletr. da cinética para debater um pouco mais sobre o seu texto referente ao “O Segredo do Seus Olhos”.
Bom, eu evidentemente gostei bastante do filme, não conhecia nada do Campanella, por isso, tenho apenas esse referencial, espero não ter visto um episódio de “House” assinado por ele, pois por conta dos 02 ou 03 q. assisti, detestei a série.
Enfim, falando de “O Segredo dos Seus Olhos”, acho q. Campanella faz uma bela comparação/metáfora entre amor/trabalho e futebol no sentido de q. é necessário uma paixão para ‘atravessar’ a vida, e por esse viés, é absolutamente pertinente as ‘piruetas’ da câmera no complexo plano seq. dentro do estádio, ou seja, o momento no qual a paixão aflora (futebol) é desenvolvido com a paixão pelo cinema.
Do meu lado, adoro a cena em q. Darin pressupõe como seu amigo pode tê-lo ajudado e como isso o faz se sentir culpado, acho tb. mto feliz a idéia de falar de inércia em contraponto com o aspecto político, é de dar um nó na garganta a cena em q. Darin e sua superior querem entender como o fdp q. prenderam não apenas está solto mas está em uma posição blindada e qdo o superior deles aponta para o fato de q. eles (Darin e sua chefe) estão de mãos atadas e q. o tal fdp tem o perfil q. interessava para combater a subversão, a gente fica se perguntando como de fato, seria fundamental a revisão da nossa lei de Anistia. Não é possível q. tal inversão de valores possa não apenas ser validada, mas como através do ‘esquecimento’ possa ser perpetuada.
Em tempo, guardadas as proporções e até pela maneira como Campanella filmou o serviço público, eu diria q. a principal referência dele deve ter sido o “Viver” do Kurosawa.
Eduardo, a minha crítica é da época do festival do Rio e o filme não está muito fresco na memória, mas me lembro de me interessar pelo retrato do trabalho do serviço público e de boa parte do que envolve a relação do Darin com o parceiro. Meu problema maior com o filme é que a execução do Campanella com muita frequencia me parece bem ruim. Em teoria acho que algumas ideias do filme com potencial, mas mal resolvidas na pratica, por exemplo o uso que faz da ditadura que me parece próxima da sua leitura termina me parecendo por demais desajeitado pare ter força resultando no ditadura terminar lá mais para dar um peso maior para a situação.
Conversando com o Thomaz q. tb. gosta do filme, ele me disse q. enxerga Kurosawa por conta de “Céu e Inferno”, na medida q. vê aproximações entre o personagem de Darin e o de Tatsuya Nakadai q. ficam obcecados pelo caso por respeitarem os envolvidos, a saber, o marido em “O Segredo de Seus Olhos”, e o empresário em “Céu e Inferno”.
E apenas para contrapor mais um pouco -rsrs-, acho mto feliz a introdução do tema da ditadura, exatamente o oposto do Agreste naquele filme com o Jean Rockfort, no filme do Agreste fica um tom panfletário e deslocado da trama, e no do Campanella entra de forma sutil mas sem qq. didatismo, e todavia, se o fulano tiver o mínimo de informação ele tb. ficará indignado com a imagem do assassino ao lado de Evita. É uma imagem extremamente poderosa em todas as suas possibilidades de leitura.