Cameron tem dois elementos para sustentar seu filme: o potencial de instalação da tecnologia 3D e a simplicidade quase grosseira da sua trama arquetípica. Essencialmente, Avatar é uma versão melhorada de O Novo Mundo Mallick (uma com montagem melhor e sem Colin Farrel, em suma). O que o filme tem de simples, primário mesmo é uma grande virtude já que só reforça sua crença no visível e em como seu ambiente pode cativar e estas por si só valem mais do que qualquer roteiro elaborado (um outro bom exemplo recente isso é The Box do Richard Kelly que é um ótimo filme de horror justamente por ser terrivelmente óbvio). Não que tudo em Avatar funcione, o filme é ao mesmo tempo gordo (2h45 é tempo demais para um filme em 3D) e truncado e por vezes o bom senso parece abandonar o diretor (toda a seqüência final entre Stephen Lang e Sam Worthington é especialmente ruim). Por toda sua simplicidade Avatar só reforça que Cameron tem um olhar dramático exato, é um filme límpido e envolvente.
Gostei do filme, mas como dissestes é bastante óbvio. Particularmente me prendi nas relações de Colonização.
Escrevi algo sobre isso no meu blog (www.mundodeoz.wordpress.com)
Filipe,
curioso vc citar O Novo Mundo. Fiz o mesmo em meu texto lá no blog, mas pensando que o filme de Mallick tem algo importante que Cameron não traz: ao menos um pouco de contemplação…cadência da câmera no compasso de Pandora. Mas compactuo totalmente com sua ideia de que a grandeza da história está na simplicidade. Ela já foi contada tantas outras vezes…mas Cameron tem esse olhar dramático exato que você citou. É envolvente. Enfim…belo filme.
pra mim, que eu me lembre, a montagem d”o novo mundo” é indefectível, o elemento que no filme cristaliza a noção de fluxo.
Perfeito, Filipe. A sequência entre o Lang e o Worthington é mesmo ridícula. E 2h45 é tempo demais (se bem que, até aí, vale a comparação com ‘O novo mundo’, hehe).
O final de Avatar parece filmado pelo Michael Bay, mas de resto é um belo filme.
Acredito que se o filme tivesse um tempo menor de duração também tornaria-o truncado, visto que o filme trata da aprendizagem de Jake sobre uma nova cultura e o densenvolvimento de um novo olhar. Com um tempo menor ficaria complicado visualizar os elementos que compõem essa imersão em uma nova cultura.
Fora isso, os clichês tornaram o filme óbvio e sem graça, principalmente no final.
O filme é lindo… poético… Quando uma estória já repetida tantas vezes é re-contada de uma maneira tão bela, então vale a pena vê-la mais uma vez…
Se Cameron plagiar “chapeuzinho vermelho” e re-contar a estória com tanta beleza como fez nesse filme.. eu vou estar na melhor poltrona do sala…
Hola Filipe,
“Essencialmente, Avatar é uma versão melhorada de O Novo Mundo Mallick (uma com montagem melhor e sem Colin Farrel, em suma)”.
Boutade; simpática, sí, provocadora, también. Pero, por supuesto, no estoy de acuerdo.
El Nuevo Mundo es el Quijote, inventa un mundo. Avatar es apenas un molino de viento, una forma gaseosa que se disipa y desvanece en la nada. Es como la versión animada, simplificada y resumida (es un decir) para niños de un libro mayor. Se deja ver y, de la misma forma, se deja olvidar.
¿Mejor montaje? Pero si El Nuevo Mundo, como los últimos Malicks, es un puro ejercicio (virtuoso) de montaje. ¿Colin Farrell? Que un actor tan poco dotado haya podido salir triunfante de El nuevo mundo y Miami Vice (para mí, dos de las mejores películas y directores de este siglo) se merece, al menos, nuestro respeto.
Un saúdo.
José, gosto muito de Malick, mas não consigo gostar de O Novo Mundo, acho mesmo a montagem bem desplicente e sobretudo me incomoda muito a presença do Farrel (que me parece funcionar muito melhor em Miami Vice). Malick sem dúvidas é um cineasta maior que Cameron, mas neste caso tendo a preferir o segundo.
ps: o #8 de Tren de Sombras vai ser disponivilizado online em algum momento?