O mais genérico filme da carreira de Bigelow, K-19 se atem com afinco a formula do filme de submarino tanto nas suas situações como nas opções de direção. Longe de ser um filme memorável, K-19 é muito eficaz (desde que se ignore Harrison Ford que é um problema bem maior aqui do que Keanu Reeves era em Point Break). Bigelow é bem hábil em manipular o espaço fechado de acordo com as intensidades dramáticas do filme. Alem disso há algo muito simpático na forma como filme vai aos poucos acumulando de forma casual situações e personagens típicos do gênero e negociando entre eles. A trama em si é uma relíquia de Guerra Fria e Bigelow trabalha habilmente em sugerir os diferentes significados para ações dentro do contexto da Guerra Fria e filmá-la 40 anos após os fatos.
Curioso que lendo esses seus posts sobre a Bigelow eu me toco de que vi quase todos os seus filmes (sempre na TV – “InterCine”, em geral) mas nunca tinha feito a associação de que eram da mesma pessoa (nem de que eram dirigidos por uma mulher, já que não sofrem do estigma de “filme de mulherzinha”).