O Inacio Araujo escreveu um texto legal sobre ouvir o Cavi Borges falando num dos debates de ontem. Quando eu li num primeiro momento me surpreendi que o Inácio não tivesse nenhuma ideia de quem era o Cavi, depois pensei um pouco e duas coisas ficaram claras:
– Quem se envolve de alguma forma com filmes de jovens cineastas as vezes se esquece de como nosso meio pode ser insular. Um cara como o Cavi pode ser um nome muito óbvio para mim, mas não para uma pessoa só um tanto mais distante como Inácio.
– São Paulo tem hoje uma porta de entrada terrível para filmes de cineastas novos. Salvo pelo Festival de Cinema Latino (onde ano passado eu vi A Fuga da Mulher Gorila, Estrada para Ythaca e A Falta que me Faz, por exemplo), não há nenhuma outra opção. A Mostra não é confiável, não há nenhum evento ou sessão regular pensada para estes filmes, etc. Para piorar mesmo o Festival de Cinema Latino sofre da desvantagem de ser um evento grande onde estes filmes estão perdidos. Ficamos refens das sessões fechadas que ajudam a divulgar, mas de certa forma reforçam a bolha. Não é a tóa que um trabalho como o da Cavideo não chegue aos ouvidos de um ótimo crítico paulistano como o Inácio. No que cabe a programação de cinema de São Paulo a Cavideo não existe mesmo.
Eu sempre ouvi falar da Cavídeo como a referência de locadora no Rio, também não sabia que funcionava como produtora.