20) Alem da Vida (Clint Eastwood)
Um filme que existe em suspenso que parece estar sempre prestes a começar a se mover. Um olhar curiosamente materialista sobre seu tema. O Sergio Alpendre de forma muito perspicaz fez a conexão entre Além da Vida e Medos Privados em Lugares Públicos e ela é muito útil, mesmo que o filme do Eastwood não seja uma obra-prima como o do Resnais.
18) Copia Fiel (Abbas Kiarostami) e Ne Change Rien (Pedro Costa)
Cópia Fiel chegou até nós com a fama de ser um retorno de Abbas Kiarostami a narrativa após uma década de “exprimentos”, é na verdade muito mais um retorno aos atores. Cinco se no lugar de patos tivéssemos um par de atores atraentes encenando menos uma trama e mais uma série de variações de relação conjugal. Não muito distante de certa forma de Ne Change Rien, o musical “experimental” de Pedro Costa e também seu filme mais acessível até hoje muito porque prova a equação Camera + Jeanne Balibar = filme.
17) Napoli Napoli Napoli (Abel Ferrara)
Napoli Napoli Napoli é a história de um encontro do cineasta marginalizado com uma cidade ainda mais marginalizada. Um encontro que sugere uma colaboração: a cidade pratica um pedido coletivo de ajuda, o cineasta encontra nela outro personagem marginal que a sua câmera dura pode focar com simpatia. Documentário de terror.
16) A Autobiografia de Nicolae Ceasescu (Andrei Ujica)
A história como ficção, as paradas públicas como números musicais e Kim Ill-sung como o David Selznick dos ditadores comunistas.
15) Terça Depois do Natal (Radu Muntean)
Muitos dos mesmos méritos de Aurora valem para este terceiro longa de Muntean, é inclusive igualmente largo no seu arco dramático a despeito da sua apresentação muito mais simples.
14) Yuki & Nina (Nabuhiro Suwa e Hippolyte Girardot)
De como modular um olhar.
13) News from Ideological Antiquity Marx Eisenstein Capital (Alexander Kluge)
Ensaio épico de Kluge sobre O Capital a partir dos resíduos do projeto de filmá-lo de Eisenstein. Consideravelmente ambicioso e cheio de caminhos muito particulares mesmo neste corte d 2 horas para cinemas (a versão para a TV tem 10), até diria que mesmo esta apresentação com ar de clip reel acrescenta um elemento extra ao projeto.
12) If God is Willing and da Creek Don’t Rise (Spike Lee)
When the Leeves Broke, o primeiro filme que Lee fizera sobre New Orleans é certamente seu filme mais bem recebido da última década com bons motivos e esta seqüência segue com precisão o formato do filme anterior com resultados quase tão bons quanto. O que ambos os filmes fazem excepcionalmente bem é tirar o melhor da habilidade de Lee com panoramas e digressões assim como com indignação.
11) Deuses e Homens (Xavier Beauvois)
Beauvois é um dos últimos praticantes da arte de modular o drama e na história dos monges tiberianos encontra um veículo ideal. Já que o que esta em jogo aqui é o principio central do drama exacerbado para o campo religioso: tornar a dúvida, a vontade, numa ação concreta.
esse do spike é uma espécie de ficção-cientifica tambem, pelo que eu vi na HBO-br … uma espécie de painel do que seria a América se ela fosse do jeito que os republicanos a desejam (o tal Small Govern…) – por exemplo, a situação alarmante dos hospitais e hospitais psiquiátricos de Nova Orleans …
A HBO do brasil deu uma pisada na bola ao não avisar os assinantes que o filme iria ser exibido em duas partes … provavelmente muita gente perdeu a segunda parte – eu sei que eu ia perdendo …
De qualquer forma, um grande filme …
Filipe, o Kluge lançou outro filme esse ano (digo, 2010), chamado “Wer sich traut, reißt die Kälte vom Pferd – Landschaften mit Eis und Schnee”. Já existe para download, porém não achei legenda nenhuma… Já viu ?
Vi não.
Então tudo indica que ‘Somewhere’ e ‘Black swan’ ficam entre os 10 primeiros, certo?
Ok, tô brincando.
O pior é que Somewhere entraria na lista tivesse 10 minutos a menos.
Fiquei interessado nesse do Spike Lee. O Cópia Fiel é bárbaro! Ainda não vi o do Eastwood, mas está na lista. O trailer no you tube chamou minha atenção!
O filme do Muntean caiu pra você?
Você tinha dado cotação maxima em tempos de festival…
Pensei que estaria no top 10….
Nunca leve estas cotações muito ao pé da letra. A diferença entre 4 e o 5 as ezes é minima.
Interessantes escolhas.
cumprimentos,
cinemaschallenge.blogspot.com