Nada como ler Inácio Araujo que diz mais numa nota de rodapé do que muitos criticos em 5 mil toques. Sobre Invictus:
(P.S. – Pode-se apontar uma série de fraquezas no filme. Pode-se dizer que existe um “núcleo branco” desenvolvido quase que nem em novela. ou que a cena da distribuição de um ticket para a empregada é frouxíssima (dessa eu não discordo, aliás). Mas a grandeza de Clint está, em parte, em ser alguém muito prático. Faz filmes modernos não porque recorra a técnicas modernas ou acelere absurdamente a duração dos planos. Mas porque tem algo a dizer ao tempo presente, concorde-se ou não, e diz. Seu cinema nunca é um passatempo, embora pareça, de tão agradável que é.)
Enquanto isso, eu tenho que aguentar nego me falando que quem tem razão nessa história é o Barcinski…
Só pode ser cegueira.
Não consigo enxergar tantos problemas em Invictus quanto alguns apontam. Acredito se tratar de um ótimo entretenimento que, como bem disse o Inácio, tem muito a mostrar. Não importa que os últimos 20 minutos sejam de uma partida de rugby, sem qualquer desenvolvimento dos personagens, ou que a questão racial sul-africana não seja tão harmônica quanto a imagem da criança negra sentada no capô dos policiais brancos podem indicar; O que importa é que ambos momentos funcionam, compondo um belo filme que, demagogicamente ou não, apresenta a possibilidade de paz e justiça, e isso, filmado tão bem quanto aqui, só deve ser incentivado.
O Inácio lê seu blog, né, Filipe. Porque tá bem parecido com o textinho que você escreveu sobre o filme na sua lista de melhores do ano, hehe.
Guilherme, quando eu postei nem lera a Folha ainda. Mas o texto do Barcinski é puro cliche como sempre.
Tiago, tenho quase certeza que o Inacio não tem nenhuma ideia que este espaço existe.
Também concordo contigo e com o Inácio. Mas não vejo por que o espanto com os clichês. O filme pedia aquilo e a África do Sul era mesmo formada por núcleos brancos e negros, mas que em qualquer novela da Globo. Isso é acessório ao flime de Eastwood. O que ele tem a dizer é dito de forma irretocável. O país simbólico construído em campo e através de um estadista que vê tanto na política quanto no esporte muito mais que uma oportunidade de revanche, a possibilidade de construir um país com negros e brancos convivendo e se respeitando como iguais. O resto a gente já viu por aí desde o início do cinema.