Amantes (James Gray,08)

Estava na dúvida entre escrever sobre Amantes ou não. A esta altura fico um pouco sem ter o que dizer sobre James Gray.  Seus méritos tão evidentes que parece absurdo ainda ter que defender-lo. Amantes parece ter críticas mais unânimes que outros filmes dele, talvez por não ser um policial, talvez pela relação com Dostoyevsky. Gosto de Amantes um tanto menos que de Caminho Sem Volta e  Os Donos da Noite, em parte por ter uma narrativa mais interiorizada em parte por Gray se sentir mais a vontade entre famílias russas do que judias, o novo filme me parece existir num mundo mais estreito. Mas francamente isto não importa pois Amantes é muito maior que quase tudo que chegou aos nossos cinemas este ano. Gray segue de uma sinceridade que desarma – e é esta talvez seja a sua maior qualidade: Gray resgata o real valor dos sentimentos, tudo é límpido e vale exatamente o que aparenta – e de uma felicidade no trato com atores e locações raros. Agora acho uma pena que este filme passou em Cannes ao lado de A Fronteira da Alvorada já que o simples jornalístico sempre leva a aproximações entre os filmes de Cannes e a despeito de similaridades narrativas não poderiam ser filmes mais distantes.

14 Comentários

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14 Respostas para “Amantes (James Gray,08)

  1. Ainda não vi o filme, porém já li duas criticas (do Renato Doho e do Sergio Andrade) em que o final é apontado como o ponto fraco do filme. Você concorda com isso?

  2. Preciso rever…assistindo pela primeira vez, desceu estranho. Parece que o cinema de Gray é tão simples que causa estranhamento mesmo. Como disse o Inácio, ele “não faz cinema”.

    Aliás, você assistiu O Sequestro do Metrô? To espero mt sua opinião, depois do texto sobre Deja Vu na Contracampo.

    Fiz um ensaiozinho lá no Diversitá sobre ele. Caso tenha visto, conto com sua opinião.

  3. Filipe Furtado

    Com todo o respeito ao Renato e o Sergio, mas eu acho que faz tão pouco sentido reclamar do final do filme quanto do de Os Donos da Noite.

  4. Filipe Furtado

    Ricarvo, devo assistir amanhã.

  5. Me parece una buena película pero, igual que con “Public enemies” de Michael Mann, se ha exagerado bastante sobre su valor real. La de Mann sería mejor sin tantas “innovaciones” sacadas del menú de la cámara DV y a “Two lovers” le falta un poco de profundidad psicológica, a ratos queda un tanto superficial quizá debido al personaje de Gwymeth Paltrow, desdibujado y sumamente convencional.

  6. Não vejo nenhum tipo de problema no final de Os Donos da Noite. Então espero gostar do final do Amantes. Agora Caminho Sem Volta é o meu Gray predileto até o momento, que filme!!!

  7. “personaje de Gwymeth Paltrow, desdibujado y sumamente convencional.”

    …não faltam elas nesta vida, é por isso que o filme acerta e assusta. O final é puro horror.

  8. …puro horror no melhor dos sentido.

  9. moderador

    Há sinais, em algum lugar desse planeta, de onde se possa baixar ou comprar os 2 primeiros filmes de Gray?

  10. Filipe Furtado

    The Yards creio que saiu aqui em DVD. Certamente saiu lá fora jhá que eu tenho o DVD americano. Fuga de Odessa é um problema até para baixar deu trabalho.

  11. Vacilo meu q nem notei. “moderador” sou eu…logado com alguma outra conta.

    valeu pelas dicas dos DVDs.

  12. miguel marías

    Quizá sea “The Yards” aún mejor (y conste que encuentro admirables “Little Odessa” y “We Own the Night”), pero en el fondo “Two Lovers” es la más valiosa, la más “difícil” de las películas de Gray, porque no cuenta con el atractivo de una intriga más o menos dramática, ni con la mitología actualizada de un género. Es una película que creo totalmente realista (veo mucha gente de la edad de Leonard igual de desorientada, y tan a la deriva como Michelle o tan resignada y hambrienta a la vez como Sandra), que habla del mundo actual y de personajes corrientes, que atiende a los sentimientos (también difusos) y al malestar, y que apenas se basa más que en los actores y la cámara, sin buscar otros efectos, ni acelerar los ritmos. Sospecho que puede ser considerada la confirmación del talento de James Gray, aunque su próximo proyecto me parece peligroso. Y creo que es de lo mejor que ha hecho nadie en USA en los últimos diez años. El final me parece real, sin caer en melodramatismos ni en un final feliz que nadie hubiera creído, ni siquiera el personaje de Joaquin Phoenix.
    Miguel Marías

  13. Alguns queriam um final amargo, aquela velha busca pelo negativismo para poder pregar sobre como o filme de Gray é brilhante por evocar que nem sempre o amor dá certo. Besteira, o final é ótimo por não querer transformar a história de amor em um conto de fadas imprevisível, porque o amor, no muito, normalmente é previsível. Nem sempre as melhores escolhas são aquelas que fazemos de forma consciente. “Eu te amo e eu te conheço, porque eu te entendo”. Quanto maior a entrega, maior a dor – é o que o filme afirma de forma amarga. Filmaço do Gray, mas que com certeza não vai acertar todo mundo – a interpretação do Phoenix me nocauteou como um soco no peito, me senti apertado contra a cadeira em pelo menos dois momentos: na declaração de amor no telhado e na rejeição.

  14. Alberto Wasserstein

    Nos ‘Amantes’ Gray foi feliz em todos os sentidos, demonstrando ser um brilhante e não um cineasta “brilhantina”, o que só é dotado de brilho externo,
    exterior. Fugiu do lugar comum e das mesmices convencionais. Assim como ao Fábio, crítico de cinema, o filme chamou-me a atenção em inúmeras passagens, tais como: o sentimentos de solidão e carência afetiva do jovem interpretado por Phoenix, a vibrante festa judáica da maioridade do irmão de Sandra, a problemática do advogado casado que se
    apaixona por Gwineth, os ajustes “negociais” dos progenitores dos jovens judeus, a paixão desmedida de Phoenix por Gwineth, e assim por diante. Do gênero parece-me o melhor dos últimos anos, como alguém afirmou, algures!
    Como se observa, sou apenas um apaixonado por cinema!

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