Não deve existir cineasta contemporâneo cuja apreciação é tão prejudicada pelos temas que ele escolhe quanto Laurent Cantet. Há nos seus filmes muitas ótimas idéias (sobretudo no trabalho com atores e na busca da autenticidade dos meios que representa), mas elas pouco parecem no que se escreve sobre o filme. Se A Agenda era um envolvente estudo sobre um sujeito com muito tempo livre e diversos papeis que ele assumia para preenchê-lo, mas um filme sobre o problema do desemprego apenas um tanto acima de outros exemplares recentes, algo similar se dá aqui. Entre os Muros está bem longe de ser A Esquiva, apesar do mesmo gosto pelo teatro, seu interesse esta em outro lugar. A sala de aula vira espaço teatral enquanto vários exercícios de autoficção disputam um jogo de poder pré-demarcado. Cantet tira muito do seu elenco infantil, o que compensa o filme por vezes tropeçar quando lida com Begaudeau; suspeito que para o cineasta é muito mais fácil conceder poder aos seus atores mirins do que colaborar com seu co-autor. Ele também faz maravilhas com linguagem e o trabalho mais relaxado com os garotrtos contrasta bem com a marcação mais exata com os professores. Do seu exercício multiplo de autoficções, Cantet extrai vários mundos. Ele esta mais para Rivette do que Ken Loach. Ainda bem.
Filipe creo que es un film de alcance reducido, menos importante de lo que pretende y demasiado confiado a lo que surgiera en el rodaje.
Cantet me gusta, es un buen director, pero lo prefiero cuando fabula
Eu acho que Cantet optou por trabalho num espaço de possibilidades bem estreito, mas conseguiu excelente resultado dentro deles. Inclusive acho que o filme derrapa um pouco justamente quando tenta fabular.