Mostra – Final

KFZ – 1348 (Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso,08) – ***

 

Bom documentário pernambucano. Bem hábil na sua construção e sem nunca pesar a mão para reforçar a idéia central (encontrar todos os donos de um Fusca 65 específico) simplesmente deixando ela naturalmente estabelecer sua força.

 

24 City (Jia Zhang-ke,08) – ***

 

Jia menor. Na Paisà.

 

Melancholia (Lav Diaz,08) – ****

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E fácil tratar a longa duração dos filmes de Lav Diaz como um fait divers, mas a verdade é que ela é essencial para o projeto de cinema dele. Melancholia é uma lenta escavação sobre as feridas recentes da política filipina que vai aos poucos acumulando seu poder. A últimas das 3 partes do filme – um longuíssimo flashback com umas boas duas horas de duração mostrando os últimos dias de um grupo de guerrilheiros – tem um acumulo de detalhes impressionante.

 

O Canto dos Pássaros (Albert Serra,08) – *****

 

Já escrevi antes aqui e na Paisà. Agora devo dizer que entre ele, Diaz, o Deixa Ela Entrar e uma cópia de verdade do Deplaschin não vejo porque a Mostra tenha ficado tão abaixo do Rio como disseram.

 

Eu Quero Ver (Khalil Joreige e Joana Hadjithomas,08) – ***

 

O filme nunca vai alem da idéia inicial (Catherine Deneuve é levada por uma equipe de filmagem libanesa para visitar as ruínas da última guerra local), mas trabalha de forma muito eficaz dentro dela.

 

Um Conto de Natal (Arnaud Desplechin,08) – *****

 

Dos 34 filmes que Desplechin esta fazendo uns 23 são geniais e uma outra meia dúzia é boa. Agora para quem tem pouca paciência para hiperatividade do Reis e Rainha são duas horas e meia no inferno hehe.

 

Serbis (Brillante Mendoza,08) – ***

 

O encontro entre a câmera fluída de Mendoza e a relação do filme com o seu cinema decrépito é muito forte.

8 Comentários

Arquivado em Filmes

8 Respostas para “Mostra – Final

  1. Eu confesso que tenho profunda antipatia por filmes que ultrapassem hora e meia, mas concordo contigo na necessidade do tempo no trabalho do Diaz. Tem uma coisa ali de mundo pós-Dilúvio, de encalhado e entrópico que me parece, no fundo, uma visão bem particular sobre a História.

  2. Pô, que coincidência, mudou no mesmo dia que eu hehe Parabéns pelo novo blog! Mudou por algum motivo específico, ou só tava cansado do lay-out?

    Mais uma coisa, no meu blog eu ainda to meio indeciso quanto a fonte e tamanho. Eu gosto do jeito que vc coloca. Que fonte e que tamanho é esse?

  3. Filipe

    Pois é percebi quando estava atualizando os links que você mudou.

    Cara confesso que não tenho idéia da fonte, é a que veio hehe.

  4. Tudo bem, já já eu resolvo isso.

    “para quem tem pouca paciência para hiperatividade do Reis e Rainha são duas horas e meia no inferno”

    Entendo pq vc escreveu isso hehe mas eu e o Ruy somos, por motivos exatamente opostos, a prova viva de que não dá pra fazer uma generalização dessas.

  5. Filipe

    Eu sei. O Valente que gosta do Reis e Rainha é o maior detrator deste. Mas é um filme que tende a radicalizar certas caracteristicas que os detratores do Reis e Rainha já tinham como o que aquele filme tinha de pior.

  6. Só pra constar (e ajudar o amigo Bruno ali), a fonte é a times new roman… =)

  7. Tiago

    Pra mim não foram duas horas e meia no inferno. Foram uns 45 minutos dentro dessas duas horas e meia.

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