Boas narrativas de terror contemporâneas são raras entre outras coisas porque mais do que a maioria de outros gêneros cinematográficos é uma questão de encontrar um tom que é algo que cinema narrativo tem cada vez mais dificuldade de lidar. Acertar o tom é justamente algo que Ti West faz muito bem. Assistir alguma cena isolada deste The Inkeepers ou do anterior The House of the Devil e poderíamos pensar que encontramos algum momento perdido de um Carpenter ou Romero, menos pelo desejo nostálgico (que estes filmes de fato tem) e muito mais por uma crença em unidade de seqüências e planos que quase não se vê mesmo nos bons filmes de terror recentes. The Inkeepers tem essencialmente a mesma estrutura de The House of the Devil: cerca de uma hora de preparação atmosférica para uma longa seqüência de terror no clímax. Apesar da minha relação com eles ser quase oposta, The Inkeepers é, intencionalmente, bem menos tenso ao longo de boa parte da sua duração misturando elementos diversos (a meia hora inicial, por exemplo, por vezes sugere muito mais um indie sobre um emprego entediante do que um filme sobrenatural) e em compensação tem um final muito mais eficaz e assustador. The Inkeepers pega alguns elementos muito básicos do imaginário do gênero (o hotel com fama de mal assombrado, o sótão, quartos mal iluminados, etc.) encaixa eles num universo extremamente mundano guiado pelo conversa perdida de duas pessoas para quem a idéia de que há algo de sobrenatural no espaço que ocupam é uma boa distração. A diferença é que West sabe que existe um abismo entre o autentico e o crível e que se o primeiro pode muito bem ser usado para amplificar o sentimento de horror, o segundo não passa de um inimigo da boa ficção. Muito da força do filme nasce justamente daquele hotel chegar até nós como um espaço em que as pessoas de fato trabalham e se hospedam que calha de ser mal assombrado no lugar de simplesmente um hotel de filme de terror. Não poderia deixar de mencionar que é um filme cujo horror esta antes de mais nada contido em alguns planos de rostos, sua melhor seqüência é um campo-contracampo dos dois personagens centrais enquanto eles percebem que no fora de campo há mesmo um fantasma a espreita e num filme todo sobre a curiosidade sobre a existência de um fantasma muito justamente culmina com um plano de reação de um rosto em pânico.
Se você acha que o final é mais eficaz que o de The House of the devil, esse deve ter o melhor final de todos os tempos, tenho que ver esse filme urgente.
Confesso que não sou grande fã do climax do House of the Devil.
nossa, the inkeepers foi decepcionante. é uma boa história, mas como a maioria dos filmes de terror feitos nos dias de hoje, não há explicação para coisa alguma. acontece e pronto. Nota 7(e ainda fui generosa).
Pra mim foi nota 6, e olha que eu entendi o final, o Ti West deu base pra interpretações, mas com o modo como a história é contada me decepcionei também.
filmaço, quem não gostou é pq não sabe o que é um bom terror….