Eu não sei se a palavra filme é a melhor descrição para Star Trek, mas trata-se de um produto perfeitamente engenhado para funcionar como seus financiadores pretendem. É tão eficiente na forma como dribla sua necessidade de atualizar sem atualizar o material que é difícil não ter por ele um mínimo de admiração. E segue a velha formula hawksiana para um filme de sucesso: algumas cenas muito boas e não irritar no resto do tempo. Star Trek parece uma obra prima hawksiana quando posto lado a lado com Anjos e Demônios. Ron Howard segue uma péssima edição para dirigir um thriller, o filme se beneficia minimamente da ação ser contra o relógio (ou seja nunca chega a sofrer do laconismo de o Código da Vinci), mas nunca consegue deixar de ser um filme pesadão e desajeitado. A completa falta de sutileza com que Howard comanda tudo arruína qualquer chance do material já questionável funcionar. Existe uma das melhores cenas de humor involuntário recente graças a incapacidade do Howard como encenador na seqüência que prepara a reviravolta final que é telegrafada de forma grotesca.
Bicho, a frase final fica um tanto sem sentido se vc não contar o que acontece.
O filme é uma merda, mas contar o final num post destes antes dele sequer estreiar é sacanagem.
Não conte o final.
Saber que o filme não tem o laconismo de De Vinci me animou bastante.
Ou seja, vc gostou… hehe.